Sunday, April 24, 2005

O Metro

Mais uma vez dou por mim a pensar. Por vezes nem sequer penso em nada. Mas o acto tornou-se tão natural, tão próprio da minha individualidade, que muitas vezes me limito a pensar sem ter nada lá dentro.
Se pudesse desenhar o meu interior, desenharia um enorme espaço em branco. Aí colocaria a máquina que ocupa o meu pensamento. E à volta dessa máquina colocaria toda a panóplia de sentimentos, de pessoas que vivem dentro de mim. Nesse espaço em branco colocaria uma pequena abertura por onde essas pessoas e esses sentimentos poderiam passar sempre que quero pensar neles. Mesmo quando não quero. Mas há umproblema nesse desenho. Por mais que tente não consigo arranjar uma porta, uma barreira, algo que possa impedir este fluxo contínuo que vai sempre na direcção do meu pensamento. E às vezes o meu pensamento parece um Metro em hora de ponta, tal a quantidade de vivências que se movem de um lado para o outro dentro de mim.
No entanto, outras vezes esse Metro fica vazio, mas mesmo assim não deixa de andar. Já está programado para fazer esse percurso e pouco lhe importa se vai alguém lá dentro.
É assim que funciona o meu pensamento. Se ao menos eu tivesse um botão que o desligasse quando eu quisesse. Talvez assim já não me custasse tanto ter-te dentro de mim.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Todos temos um destino certo. Deixa-te levar.

1:12 PM  
Anonymous Anonymous said...

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1:12 PM  

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