Sunday, December 18, 2005

Outono

É Outono em mim
Longe vão os tempos
Em que o Sol de Verão queimava as minhas entranhas
Em que o frio do Inverno fazia tremer o meu sangue
Agora só resta o Outono
O Outono é a não-estação
Não tem nada de seu
Rouba ao anterior os resquícios do seu calor
E timidamente introduz o frio que depois lhe segue
É assim que me sinto
Como se nada de meu tivesse para mostrar
Sinto falta do calor das minhas palavras
Que queimavam tudo à minha volta
Sinto falta da dureza do meu coração
Congelado pelo frio das sensações
Agora só me resta o Outono
As folhas caem dentro de mim
Já não queimo
Já não tremo
Não tenho nada de meu

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