Saturday, April 09, 2005

Mais um dia perdido

Mais um dia perdido. Mais uma esperança desvanecida. Chego a casa e é sempre a mesma sensação de vazio. Um buraco enorme que não há forma de apagar. Mais uma vez cheguei a casa em busca de sinais da tua presença. Todos os dias é a mesma sina. A mesma história repetida vezes sem conta. Assim que chego à rua os meus olhos começam a procurar-te. Marcas. Vestígios. Algo que alimente a minha saudade esfomeada de ti. O meu coração dá sinais de vida à medida que meto a chave na porta e entro. Ele diz-me que é hoje que te vou reencontrar. É hoje que vais reentrar na minha vida. Mesmo que depois desapareças de novo. Mas esse desejo estilhaça-se como um copo de cristal mal chego à minha sala e não te vejo lá. No sofá. Sentado à minha espera. Engraçado como eu te imagino esperando por mim quando nestes anos todos fui eu quem esperou por ti. Sentado. Sem fazer nada para mudar esse rumo que a nossa vida tomou. Por que será que nos separámos? Será que foste tu que partiste? Ou foi a vida que nos pregou uma partida só para me fazer ver que a tua importância só era visível à distância? Eu bem sei que nunca te tinha dado valor enquanto estiveste perto de mim. Mas também não era preciso exagerar. Eu percebi a mensagem. Não consigo viver sem ti. Agora já podes voltar.
Oiço a campainha tocar. Ela não toca na realidade mas eu penso sempre que sim. E cada vez que ela toca és tu quem eu espero que apareça. Já estou a imaginar como vai ser. Quando nos virmos de novo. Tu vais surgir do nada e vais sorrir como se nada tivesse acontecido. Como se não tivessem passado mais de 6 minutos ( e não 6 anos ) desde o último momento que partilhámos. Imagino isso e imagino outras coisas. Será que o tempo passou por ti da mesma forma que passou por mim? Que histórias terás para me contar? Será que me irás reconhecer quando me vires? Às vezes penso que não o poderás fazer porque nunca me conheceste de verdade. Não poderiam ser aqueles breves minutos que me dispensavas o suficiente para dizer que me conhecias. Mas depois também penso que isso não importa. Eu sou parte de ti. Que mais precisas tu de saber acerca de mim?
Mas a verdade é que passou mais um dia e tu não apareceste. Abri a porta. Cheguei à sala. Mas não foste tu quem apareceu para me saudar.
Quem sabe amanhã....

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