Friday, April 08, 2005

Passeio

O difícil é começar. É partir. É voar. É querer. Não sei se quero. Tenho medo de querer. Tenho medo de não poder. Querer não é poder. Poder não é viver.
Estou sentado, no entanto a alma passeia-se pelas ruas da minha memória. As pedras da calçada ganham vida. Cada uma delas tem uma história agarrada a si. Uma imagem que vale mil recordações.
São todas diferentes. As recordações. São todas iguais. As imagens. São imagens de ti. A tua presença pavimenta o meu pensamento e dou por mim a caminhar por ruas já antes percorridas e outras que nunca trilhei.
As ruas da minha memória são labirintos. São caminhos tortuosos que vão mudando à medida que se aproximam do fim. Se por acaso olho para trás, já lá não encontro o prédio que acabei de contornar, o banco de jardim no qual me sentei.
O fim é sempre o mesmo. És tu. Tu. Tu. És. O meu fim. O meu caminho. O meu querer. Quero mais um pouco. Só mais um pouco. Quero aquele momento repetido ao infinito. Quero ver-te adormecer outra vez. Quero ver-te sonhar. Quero ver-te acordar.
Já não sei o que digo. Não sou eu que falo. Tenho mil vozes dentro de mim que falam por mim. Também elas sentem a tua falta. Também elas te chamam. O teu nome. Que lindo que é.
Vou dormir. Quero estar contigo de novo. Nos meus sonhos tu és minha. É esse o meu mundo. Vou dormir. Talvez amanhã as pedras da calçada já tenham um nova história para me contar
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